O Pequeno Pote
Era uma vez um pequeno Pote de barro. Esse Pote era muito fino e delicado e necessitava de muita atenção e cuidados especiais para manter o seu brilho. Talvez por ser tão delicado, ninguém ousava em toca-lo com medo de o quebrar, dava a sensação que apenas uma pequena brisa seria o suficiente para faze-lo em pedaços.
De vez em quando, aparecia alguém que era suficientemente corajoso para o possuir, mas acabava constatando que, perante a ausência de liberdade, afeto e admiração, o pequeno Pote aos poucos, ia perdendo as suas cores e a sua beleza ia se desvanecendo de dia para dia.
O pequeno Pote andou então de prateleira em prateleira a decorar diferentes lares, e a cada vez, ia ganhando e perdendo as suas formas e cores.
Um dia, farto de tanta tristeza e humilhação, o pequeno Pote aproveitou uma brisa que passava no seu pedestal e deixou-se cair desfazendo-se em mil pedaços. E ali ficou, por muito tempo no chão desfeito.
Certo dia, passou por lá um Oleiro, que se admirou com a intensidade de luz e a beleza daqueles caquinhos e decidiu recolhe-los cuidadosamente do chão e levá-los para casa.
Com todo o seu amor, paciência e dedicação, o Oleiro foi colando os cacos um a um, devolvendo ao pequeno Pote a sua forma natural, e este foi ganhando até um novo brilho, acendendo a chama da sua essência e devolvendo-lhe algo há muito perdido, o seu amor próprio.
Após ter terminado a sua obra, o Oleiro colocou o pequeno pote no sopé de uma janela, onde este pudesse ver os raios de sol, e ofereceu-lhe uma flor por companheira.
O pequeno Pote batizou a flor de “Fé”, e dedicou-se a cuidar dela com uma grande dedicação.
A “Fé” fez com que o Pote se fosse sentindo cada vez mais preenchido e mais independente, até que um dia ele apercebeu-se que se amava muito e que não necessitava mais ser admirado e desejado, porque tinha aprendido a se amar, e que o seu desejo era apenas ser livre, poder olhar as cores do mundo e cuidar da sua flor.
Despediu-se então do Oleiro com muito carinho e deixou-se ir brisa, banhado pelo crepúsculo, sem medo de voltar a se quebrar novamente.
E passou o resto dos seus dias ao sol, rejubilando-se com o som das ondas do mar, acompanhado com a sua flor… a sua “Fé”.
Obrigada meu querido Carlos por teres me ajudado a me encontrar. Sou-te eternamente grata por isso. Parabéns por ires trazer, juntamente com a Cinta, um novo ser ao mundo. Sei que tu e ela serão os melhores pais do Universo e quero que saibas que me orgulho tanto… tanto de vocês os dois e que me sinto imensamente feliz por finalmente teres encontrado o teu porto seguro.
Sei que vais partir brevemente, e que vou sentir muito a tua falta, que vou ter imensa pena de não poder partilhar tanta coisa que ainda queria partilhar contigo, porque ninguém nunca me deu tanto como tu, mas queria dizer-te que onde tu estiveres, o meu coração vai sempre te acompanhar e que o meu Amor por ti é eterno e infinito.
Escrevi-te este pequeno conto, porque foi a melhor forma de pôr em palavras a minha gratidão. É uma prenda de mim para ti, e que sei que vais estimar e que vai te acompanhar toda a tua vida.
Talvez um dia, quando fores velhinho, estarás a lê-lo sentado na tua cadeira de baloiço, no alpendre da tua casa… algures no Japão ou na China!!!
Com muito amor…

Comentários
Adorei a mensagem que deixastes para o Carlos e a Cinta e para eles também deseja a maior das felicidades, sei que de facto encontraram um no outro algo que toda gente procura e pouca gente encontra.
Um beijo enorme para todos!